Acordas de manhã e decides que vais apanhar o autocarro.
Sabes que ele existe, mas não sabes se passa naquela paragem, e se passa, não sabes quando.
Chegas e esperas... estás lá porque te puseste lá, à espera.
Tomaste essa decisão, ainda ontem andaste nele, mas como estavas desconfortável, disseste que precisava de ser arranjado, que não podias andar nele naquelas condições, se continuasses a fazer aquelas viagens assim, algum dia podia te acontecer alguma coisa de má, mas ninguém te conseguia dizer se está bom ou não, simplesmente sentias te desconfortável, e do outro lado a dúvida.
E pronto... lá foi arranjar, ou pelos menos a ver te tem alguma coisa, não se sabe, suspeita se e dúvida se.
E tu!?!?!?!?
Tu esperas...
Ficas na paragem, e é aí que as dúvidas começam... vem?? será que vem?? ah... claro, deve estar a chegar... mas quando? ok, espero mais um bocado, senão vou até ao terminal. Não vem o autocarro ao passageiro, vai o passageiro ao autocarro.
E se no caminho o perdes?? Isso era pior ainda, era aquela figurinha de otario. Aquele sentimento de "És mesmo estúpido".
Estás a fazer joguinho com o autocarro, ele não vem, mas tu também não vais lá, é assim. Ele é que tem que vir, não estava bem, tinha que ser arranjado, como estava não podias continuar a viajar nele daquela maneira.
Não, vais mesmo esperar, continuas a medição de forças.
Isto passa se assim durante horas... a fio... ou mesmo dias.
Esperas, desesperas e esperas mais um pouco...e o autocarro que não chega.
Esperas... esperas... esperas... esperas... esperas...
Em primeiro lugar um link de um amigo...
http://jbmota.blogspot.com/2007/10/nota-sobre.html
Elas os três... um vicio de dedo de uma escrita inacabada...
Um ideia demasiado complexa que é deixada aos outros acabar, uma comunicação interrompida, um beijo na boca que não espera resposta...
mais do que três pontinhos, uma ideia contida ou tímida ou escondida ou submersa...ou simplesmente uma ideia que não está só, mas que não sabe quem a acompanha.
um sentimento na ponta dos dedos que não se quer dar ao trabalho das teclas... um sentimento aberto, só isso e mais nada...