Wednesday, April 08, 2009

A Água das Montanhas Tristes

Era das montanhas tristes
que vinha a melhor água.
Pois eram as lágrimas das montanhas tristes .
Eram as lágrimas que vinham das chuvas
e escorriam pelas faces das montanhas tristes.
Eram tristes porque já não tinham alegria.
... não tinham alegria.
Eram assim, verdes polvilhadas de pedras brancas.
Mas eram tristes... com as suas árvores tristes...os
seus arbustos tristes...e os seus animais tristes.
Todos habitavam nas faces verdes, polvilhadas de pedras brancas das montanhas tristes, por onde escorria a chuva, que eram as lágrimas das montanhas
tristes.
E era esta a melhor água.
A água das montanhas tristes...

Thursday, August 28, 2008

o meu ego precisa de uma bofetada

eu tou vivo...
na minha casa nova
(finalmente sozinho)
a construir muita coisa...
ou a preparar me para construir muita coisa...
quero criar e quero me amar...
tenho vontade fazer coisas... coisas bonitas
preciso de organizar os meus sentimentos para poder criar
preciso de tar sozinho
acho que preciso de isolamento do mundo...
de me perceber melhor
preciso de fazer

Sunday, October 21, 2007

a propósito... reticências

Ficam dois comentários em dois blogs diferentes, cada um referindo o outro...





Yeti disse...

Em primeiro lugar um link de um amigo...

http://jbmota.blogspot.com/2007/10/nota-sobre.html

Elas os três... um vicio de dedo de uma escrita inacabada...
Um ideia demasiado complexa que é deixada aos outros acabar, uma comunicação interrompida, um beijo na boca que não espera resposta...

mais do que três pontinhos, uma ideia contida ou tímida ou escondida ou submersa...ou simplesmente uma ideia que não está só, mas que não sabe quem a acompanha.

um sentimento na ponta dos dedos que não se quer dar ao trabalho das teclas... um sentimento aberto, só isso e mais nada...






Yeti disse...

Em primeiro lugar deixo te este link de uma amiga... tb ele sobre os três pontinhos.

http://perturbacao-de-animo.blogspot.com/2007/10/o-poder-das-reticncias.html

Porque sim... porque às vezes... não tem que estar lá para existir, porque se existe sem ser... porque não tem que ser para se compreender...

está lá... mesmo à frente dos olhos, mas não está escrito, a linguagem é outra... a linguagem do meta, do além de...

Porque está lá sem estar, mas é gritado na cara sem que se ouça...




e é assim...


xx

Tuesday, August 07, 2007

O mais engraçado...

O mais engraçado é que a troca de intimidades não reduz o afastamento.

É incrível como se pode tornar tudo tão distante quando uma cabeça sente um orgulho impenetrável e depende disso para a felicidade. Não é o que passou, isso perde a importância, é a luta pela não igualdade, o ter que estar sempre a ganhar e na mó de cima. Ridiculo...


O mais engraçado é que a nossa abertura não revela a sinceridade de ninguém e pode até denegrir a nossa, e tudo se passa numa fracção de segundo... violento e esgotante... sem tempo para respirar.

"Amo as cicatrizes, não as feridas"


Alguém falou assim das marcas que nos cortam o sentir... a ferida é dolorosa, mas a cicatriz não. A cicatriz é uma marca que mostra que se foi capaz de ultrapassar uma ferida. Doeu, magoou, sangrou. Depois como um gato, ficamos sentados num canto a lamber a ferida, à espera que feche, que passe a ser uma prova de força e não um momento de fraqueza.


O mais engraçado, é conseguir viver através destes períodos sempre a pensar na próxima cabeçada que se vai dar, ou na próxima flecha que nos atravessa.


O mais engraçado, é sermos capazes de sobreviver a tudo isto e conseguir sair com a cabeça levantada, e mandar um sorriso a quem merce.



xx

Friday, May 11, 2007

Speeding through the Clouds with high Power F(u)el(ling)




xx
"Baby don't worry... about a thing
Cause every little thing is gonna be allright"

Thursday, May 10, 2007

L

What's the point of trying to find it... if it's running away from me...

Monday, May 07, 2007

O Autocarro...

Acordas de manhã e decides que vais apanhar o autocarro.

Sabes que ele existe, mas não sabes se passa naquela paragem, e se passa, não sabes quando.
Chegas e esperas... estás lá porque te puseste lá, à espera.

Tomaste essa decisão, ainda ontem andaste nele, mas como estavas desconfortável, disseste que precisava de ser arranjado, que não podias andar nele naquelas condições, se continuasses a fazer aquelas viagens assim, algum dia podia te acontecer alguma coisa de má, mas ninguém te conseguia dizer se está bom ou não, simplesmente sentias te desconfortável, e do outro lado a dúvida.

E pronto... lá foi arranjar, ou pelos menos a ver te tem alguma coisa, não se sabe, suspeita se e dúvida se.

E tu!?!?!?!?

Tu esperas...

Ficas na paragem, e é aí que as dúvidas começam... vem?? será que vem?? ah... claro, deve estar a chegar... mas quando? ok, espero mais um bocado, senão vou até ao terminal. Não vem o autocarro ao passageiro, vai o passageiro ao autocarro.

E se no caminho o perdes?? Isso era pior ainda, era aquela figurinha de otario. Aquele sentimento de "És mesmo estúpido".

Estás a fazer joguinho com o autocarro, ele não vem, mas tu também não vais lá, é assim. Ele é que tem que vir, não estava bem, tinha que ser arranjado, como estava não podias continuar a viajar nele daquela maneira.



Não, vais mesmo esperar, continuas a medição de forças.

Isto passa se assim durante horas... a fio... ou mesmo dias.

Esperas, desesperas e esperas mais um pouco...e o autocarro que não chega.


Esperas... esperas... esperas... esperas... esperas...